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Camerata do Dão propõe um olhar original às Grandes Histórias da Ópera

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Atualizado: há 2 horas

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A ópera - esse canto que, para muitos, ainda soa estranho e distante - ganhou vida na noite de 7 de novembro, com a interpretação próxima e generosa da Camerata do Dão.


Apresentado, em estreia absoluta, na Casa da Cultura, o espetáculo “Grandes Histórias da Ópera” encerrou a 17.ª edição do Festival de Música e Artes do Dão. O formato privilegiou uma leitura acessível de grandes momentos do repertório operático, aproximando o público da música de forma envolvente.


Dividido em três momentos - o encontro, o conflito/festa e o destino - o programa reuniu árias de óperas e operetas que, apesar de proveniências distintas, encontraram uma ligação natural através do narrador, que introduziu cada episódio com clareza e continuidade, como se de uma única história se tratasse.


Logo nos primeiros instantes, a projeção dos rostos de Bizet, Gounod, Mozart, Verdi, Puccini ou Lehár criou uma ponte curiosa entre o passado e o presente, como se os compositores assistissem, discretamente, ao renascer das suas próprias personagens. Um detalhe subtil que definiu o espírito do concerto — próximo, envolvente e pensado para aproximar a ópera do público.


Os solistas Maria Mendes (soprano) e Luís Rendas Pereira (barítono) foram o centro emocional da noite. Com a excelência vocal e interpretativa que lhes é reconhecida, entregaram-se ao espetáculo com paixão, alegria, humor. Dançaram, trocaram olhares cúmplices, entraram na sedução mozartiana de Là ci darem la mano, evocaram o drama e o desespero na ária Figlia! Mio padre! e deram cor à irreverência de Bizet em Votre toast. A sua entrega tornou o espetáculo mais narrativo, mais teatral e, sobretudo, mais próximo.


A Camerata do Dão, sob a direção do maestro Sérgio Neves, transitou com naturalidade entre a energia de Carmen (Bizet), o lirismo de Puccini e o charme vienense d’A Viúva Alegre (Lehár), garantindo a coesão e a fluidez de um repertório tão diverso. E, por breves momentos, até o maestro foi desviado das suas funções, entrando também ele no jogo teatral.


O Coro de Câmara do Conservatório de Música e Artes do Dão (CMAD), composto por jovens alunos da instituição, trouxe uma vitalidade que marcou a diferença. Com uma interpretação mais leve e menos formal, introduziu no espetáculo um elemento performativo contemporâneo - selfies, pequenas coreografias e um jogo de expressões - que trouxe para o quotidiano o espírito das diferentes árias apresentadas. As participações a solo de Madalena Miguel e Simone Coelho mostraram maturidade vocal e presença cénica, reforçando a qualidade da formação do CMAD.


Fora do “elenco”, mas uma peça primordial neste espetáculo, Nuno Figueiredo, compositor português natural de Santa Comba Dão, atualmente a residir na Eslováquia, efetuou a reorquestração das partituras e compôs a   abertura e o intermezzo, conferindo uma camada extra de originalidade à apresentação.


“Grandes Histórias da Ópera” fechou a programação do 17.º Festival de Música e Artes do Dão, promovido pela Associação de Música e Artes do Dão e pelo Conservatório de Música e Artes do Dão, com financiamento da Direção-Geral das Artes no âmbito do programa de apoio a projetos 2023 - Música e Ópera, apoio da Fundação Lapa do Lobo do Município de Santa Comba Dão.

 

Aveiro recebe Grandes Histórias da Ópera

Dois dias após a estreia em Santa Comba Dão, a 9 de novembro, “Grandes Histórias da Ópera” foi apresentado no Auditório Renato Araújo, da Universidade de Aveiro, integrando a programação do evento Festivais de Outono 2025.




 
 
 

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