Com uma plateia preenchida por rostos familiares e amigos, o Festival de Música e Artes do Dão regressou ao palco da Casa da Cultura com um espetáculo que envolveu várias dezenas de alunos do Conservatório de Música e Artes do Dão (CMAD), com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos.
A primeira das três apresentações que fizeram a história desta noite de ansiados regressos esteve a cargo do ensemble de flautas, que reuniu nove jovens flautistas, acompanhadas pela responsável pela classe, a professora Catarina Silva. Com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos, as protagonistas deste primeiro momento fizeram o melhor que a música faz: transportar o público para outros contextos e narrativas. Desta feita, a viagem realizou-se no mundo da sétima arte com a interpretação de temas de filmes como Harry Potter, Big Panther e Guerra das Estrelas, entre outras.
A jornada continuou com o Coro de Câmara, que partilhou um meddley de West Side Story, precedido da interpretação do clássico As long as i have music de Don Besig. Dirigido pelo responsável da classe Luís Rendas Pereira e acompanhado ao piano por Cláudio Vaz, o Coro de Câmara - composto por 25 alunos entre os 12 e os 17 anos - expressou de uma forma envolvente o gosto de cantar e de o fazer em conjunto.
Os alunos dos 5.º e 6.º anos do Coro do 2.º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Santa Comba Dão encerraram com entrega e alegria este espetáculo, partilhando o trabalho desenvolvido em sala de aula com os professores Luís Moreira e Inês Pereira. Com a participação especial da solista Inês Moura, o tema Dó Ré Mi de Richard Rogers, do filme Música no Coração (arranjo de Mário Cruz), foi seguido da interpretação de dois clássicos envolventes - Nirvana de El Bosco (arranjo de Ricardo Monteiro) e Quando acreditas de S. Schwartz, do filme Príncipe do Egipto. A apresentação foi acompanhada por Cláudio Vaz, ao piano, Inês Moreira, na viola d'arco, e Ricardo Monteiro na percussão, sob a direção de Luís Rendas Pereira.
Deste espetáculo, que abriu palco aos palcos do XIII Festival de Música e Artes do Dão, sobressaiu uma presença - a do piano de cauda adquirido em novembro passado, que acompanhou diferentes momentos deste evento. Também de destacar o facto das máscaras - impostas pela condição atual - não terem sido barreira para a harmonia e a comunhão musical partilhada pelos protagonistas deste momento.
A entrega e alegria dos jovens protagonistas da noite foi também sublinhada por Joaquim Agostinho Marques, vice-presidente do Município de Santa Comba Dão, que dirigiu breves palavras à assistência. O edil aludiu à resiliência dos alunos e professores do CMAD que trabalharam afincadamente apesar das restrições destes tempos difíceis, com uma dedicação "que nos faz acreditar" no futuro, "que o caminho é para a frente". O representante do autarquia expressou ainda o reconhecimento pelo valoroso trabalho do CMAD, salientando que o Município continuará a trabalhar lado a lado com o Conservatório, apoiando este projeto de qualidade, que permite que os mais jovens sigam os seus sonhos e que façam o que mais gostam.
Também durante o espetáculo, a apresentadora Cláudia Matos fez questão de referir o esforço coletivo que torna possível este ciclo de espetáculos: famílias, professores, alunos, Agrupamentos de Escolas e Municípios parceiros.
De notar que o XIII Festival de Música e Artes do Dão começou há algumas semanas, com um ciclo de conversas online que juntou à mesa (virtual) um grupo de músicos de Santa Comba Dão e ex alunos do CMAD que escolheram a música como vertente profissional. Foram partilhadas histórias e memórias de percursos, bem como dicas e valiosos conselhos aos atuais alunos.
Depois do espetáculo de 22 de maio, com as audições da Camerata de Cordas, Coro de Câmara e Coro do 5.º e 6.º anos, de Carregal do Sal, Tábua e Tondela, o final de maio, junho e junho, reservam todo um conjunto de apresentações imperdíveis.
Texto de Cristina Dias (C. M. Santa Comba Dão)
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